quarta-feira, 8 de outubro de 2008

MAIS OU MENOS






















Nem sempre eu fui ausente desse jeito:
esse olhar triste,
a boca triste,
e um coração que quase já nem bate mais.

Nem sempre eu fui assim tão impotente,
tão sem destino,
só com vontade
de dormir prá sempre e/ou de sumir do mapa.

Já houve um tempo em que eu também sorria,
em que eu cantava,
em que eu sonhava,
já houve um tempo em que eu acreditava em mim.

Mas, com o passar dos anos e com os tropeções,
os desenganos,
as decepções,
eu fui ficando assim, digamos, muito mais ou menos.

foto: "Sit" - Paula Rego





5 comentários:

DE-PROPOSITO disse...

Direi:
Um estar, sem estar.
---------
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel

Lua em Libra disse...

Dal, amada, duas coisas:
1) mais-ou-menos é coisa que um poeta só é em entresafra de vida. acredita!
2) Tua leiura atenta denunciou o meu Rio dos Ameandros, romance que, se o Grande Gaudério permitir, será alinhavado com a seda forte e delicada do Tempo.
Beijo na alma tua

vidacuriosa disse...

O que importa é que a vida é como um rio que segue um trajeto inconstante em direção ao ponto futuro. Em alguns momentos é impetuoso, cheio de corredeiras. Em outros, corre manso, tranqüilo, monótono. E, de repente, sem qualquer explicação, volta a ser ativo, enérgico, voluptuoso, até, por fim, estender-se placidamente ao mar, seu destino final.
Abrs

Siddartha disse...

Te entendo!

Anônimo disse...

quando eu era otimista achava que o problema da humanidade e da previdência social era a longevidade. Agora, mais pessimista, acho que é mais do que isso. Mas seu probremas acabaram, pois finalmente o timão irá voltar pra primeira divisão.
Dal, eu adoro seus escritos, mas como te gosto demais, chego a me preocupar às vezes, não muito, pois a poetiza é fingidora, já sei. zoloft, seitas evangélicas, florais de bach, psicanálise, amizades, megasena, amor, sexo, poder, tubaina, lobotomia, algo há de funcionar.

bj