VIAGEM
Eu viajava à noite
saía tardão
bem de madrugada
E só dava eu
e o meu radinho
eu e o meu radinho e o caminhão de leite
Era até normal
viver desse jeito
o dia pela noite e a noite pelo dia
O caminho escuro
os poucos sinais
que o mundo existia
Uma casinha aqui
outra casinha ali
uma janelinha e a luz amarela
E eu criava estórias
de espantar o tédio
a amada espera o amante e o amante espera a amada
O filho que não dorme
o medo de bandido
o medo do escuro e eu ia chegando
foto: Goeldi, web
3 comentários:
Eu também nem sempre resisto a um telhado ou uma janela. Cada vão serve de ninho para um celuloide imaginário.
Abandonou o Mirada?
Me fez mesmo viajar a minha aldeia distante.
Amei o seu poema.
Lindos dias para você.
Bjs.
eu faço um comentário
- não sei se faça
faço não faço
de qualquer modo
mesmo sem graça
direi
gostei
daquilo que li
e engravidei
espaço
Postar um comentário