quarta-feira, 11 de setembro de 2013

VIAGEM



Eu viajava à noite
saía tardão 
bem de madrugada

E só dava eu 
e o  meu radinho
eu e o meu radinho e o caminhão de leite

Era até normal
viver desse jeito
o dia pela noite e a noite pelo dia

O caminho escuro
os poucos sinais 
que o mundo existia

Uma casinha aqui
outra casinha ali 
uma janelinha e a luz amarela

E eu criava estórias 
de espantar o tédio
a amada espera o amante e o amante espera a amada

O filho que não dorme
o medo de bandido
o medo do escuro e eu ia chegando


foto: Goeldi, web


3 comentários:

Clarice disse...

Eu também nem sempre resisto a um telhado ou uma janela. Cada vão serve de ninho para um celuloide imaginário.
Abandonou o Mirada?

Elisa T. Campos disse...

Me fez mesmo viajar a minha aldeia distante.
Amei o seu poema.

Lindos dias para você.
Bjs.

platero disse...

eu faço um comentário
- não sei se faça

faço não faço
de qualquer modo
mesmo sem graça
direi
gostei
daquilo que li

e engravidei

espaço