domingo, 2 de outubro de 2011

HORAS VAGAS















Horas vagas,
horas longas,
horas vagas e sem importância,
longas horas da gente - outro tempo.

No terreiro.

Cantam chatas
e agudas
e ocultas,
milhões e milhões de cigarras.

No ramo da acácia balança um pardal.

Dois pardais,
três pardais, mil pardais!

O raio de sol
fura a moita de antúrios
e avencas
e inhames,
e bate no caco de vidro, reflete.

E brilha. Rebrilha. Reflete.

No caco de vidro,
na gota de chuva,
na bacia de roupa de molho,
na pocinha escura de água da chuva.

Longas horas,
horas longas,
olhando coisas,
sentindo coisas,
sem pensar, tão somente deixando existir.

E os pardais, mais pardais, mais pardais...

3 comentários:

angela disse...

A maior parte da vida...
Gostei.
beijos

Renata de Aragão Lopes disse...

Em estado contemplativo...

Grande abraço,
Doce de Lira

Irene Alves disse...

Gostei muito do seu comentário no
meu sinfoniaesol.Aí insiro poesia
de diversos poetas que me cedem.
Teria muito gosto em inserir
uma poesia sua, com os devidos
créditos.Basta deixar um comentário
a dizer se o permite.
Já me registei como seguidora
do seu blogue através de outro blogue meu.O Wordpress tanto quanto sei,
não permite seguidores.
Um beijinho
Irene