domingo, 5 de dezembro de 2010

MUDANÇAS


Eu já mudei tanto,
nesses tantos anos...


Eu mudei de casa,
mudei de cidade,
mudei de estado, mudei de país.


E, nessas mudanças,
encaixotei tanto, perdi tanta coisa...


Aquela boneca da cara pintada,
o cabelo loiro,
a boca vermelha,
os olhos azuis...


Perdi alguns livros.

Uns de poesia,
cheios de mensagens,
cheios de inocência,
com florzinhas secas e papéis de bala.


E fotografias. Cartas perfumadas.


Mas, pior que tudo: eu me perdi de mim.




foto: empty box, web

10 comentários:

angela disse...

Perdendo raízes. Bonito demais como conclui o poema.
beijos

Renata de Aragão Lopes disse...

Assim como me cansei
de mim no poema "Exaustão"!

Ambas precisamos
nos refazer! : )

Grande abraço, Dalva!

Renata Aragão
Doce de Lira

alma disse...

Dalva,

Fiquei encantada quando abri o teu blog e senti um mar de emoções.

quem assim escreve nunca se perde.

Apenas deixamos que os ombros descaiam.

fico fã.

bj

Lívia Inácio disse...

Linda maneira de falar das mudanças, que são muitas vezes tão tristes...

beijinho***

Zélia Guardiano disse...

Muito lindo, Dalva!
Tão real...
Adorei!
Abraço

docerachel disse...

Quando encaixotamos a vida, nos perdemos de nós.

Delafonte disse...

Gostei. Genial.

F. Invernoz disse...

Nada se pierde todo se transforma. Crecemos con los cambios, a veces con dolor. Boas Festas.

Clemilde disse...

Olá Dalva!
felia Natal! Que tenhas um lindo dia.
Beijos

angela disse...

Um feliz 2011 com muitos poemas e contos lindos.
Beijos