Para o meu amigo PC
Ah! Quando eu cheguei no vértice da vida,
Quando mais nada à minha volta era subida,
Quando eu cheguei, por fim, ao fim da linha,
De tal maneira que não fazia diferença ir ou vir,
Quando os amores e paixões e amizades,
(toda essa gama de inescapáveis emoções)
Não mais soavam como tambores no peito,
Somente ecos tristes, pobres, e tão frágeis,
Quando tudo que eu sou e que tenho, se juntados,
Se resumiram nesse corpo e nestas roupas,
O meu chapéu, um ou dois livros, alguns poemas,
E um sentimento de não ter tido tudo que eu queria,
Ah! Quando eu parei, ao fim, no fim da estrada,
E considerei todo o bom e o mau que eu tive,
(e o que eu não tive)
Fiquei imóvel e em silêncio, feito rocha,
Feito uma árvore na beira do abismo,
Como uma flecha que ficou quieta no arco,
Como a idéia sem ação ou consequência,
Como uma sombra, ou então como o rascunho,
De tudo aquilo que sonhei, e que eu não tive!
foto: "Árvore Seca" - André Díspore Cancian
2 comentários:
Siempre hay un beso que te envía alguien.
Siempre hay alguien que se alegra con un beso...
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