O DESFECHO
Ai! que eu chorava...E, agarrando-me à tua camisa
num soluço convulso, eu dizia:- Não me deixe!Querendo alongar os minutos,
eu mentia
que tinha falta de ar,
que o coração me doía,
que não conseguia respirar...Desespero,
tragédia,
homicídio,suicídio, idéias funestas.No desfecho,
os teus passos lá fora:
longe, mais longe, mais longe...
Ai! que não se morre assim,
quando se deveria morrer.foto: "Uivando" - Paula Rego
2 comentários:
Em poucas palavras revelada toda a dor possivel do fato. Obra de mestre. Poesia da melhor, daquela que nos faz viver/sentir, que traz do fundo da nossa alma tudo que precisamos (re)ver. Catarse. Mesmo quem não teve o prilégio da vivencia revelada, pode experimentar, pela palavra do poeta.
Abraço.
Ao olharmos para tudo o que não possuímos, costumamos pensar:
-Como seria se fosse meu?
E, dessa maneira tornamo-nos conscientes da privação.
Em vez disso, diante do que possuímos, deveríamos pensar frequentemente:
-Como seria se eu o perdesse?
...in "A Arte de Ser Feliz"
Arthur Schopenhauer
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