sábado, 18 de agosto de 2007

A VIDA É SÓ SER



Era de tarde.
O sol se punha , alongando as sombras.
Eu vinha andando pela estrada
(com as mãos vazias)
O coração batendo forte no meu peito:
- Tum! Tum!
Eu vinha andando, eu vinha andando,
E vinha andando...

Havia um bosque.
Havia um bosque escuro na beira da estrada,
Dentro do qual havia um córrego bem manso,
Dentro do córrego havia peixes, eram carpas.
Seriam carpas, provavelmente.
Ou não seriam.

Havia a sombra de uma árvore, havia a pedra escura.
Eu aceitei o seu convite silencioso,
Abandonei um pouco a estrada,
Entrei no bosque,
Sentei na pedra,
E escutei.

Eu escutei da vida como é dita pelos peixes
(prováveis carpas)
Dentro do bosque,
Perto da pedra,
Dentro do rio.

Que a vida é muito mais que o coração
Que faz "Tum! Tum! " dentro do peito.
É muito mais
Que o caminhar, às tardes, pela estrada
(de mãos vazias)
A vida é só ser, a vida é só ser,
A vida é só ser...

maio 2007

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