sábado, 18 de agosto de 2007

MUDANÇAS



Quando você voltar, com certeza,
ficaremos os dois em silêncio;
as palavras, aves irrequietas,
não sabem o quanto de ausência,
- de abismo.

Quando você voltar, imagino,
trará no corpo a estrada,
estará com fome; o cansaço
fará com que eu seja conforto
- quase mimo.

Quando você voltar, é uma pena,
não serei a mesma pessoa,
não serei a pureza da idéia,
capaz de tecer destinos
- gerar sonhos.

Não saberei mais ficar à espera,
na certeza das eternidades;
duvidarei, e talvez eu desista:
só se é inocente uma vez
- nunca duas.

outubro 2006

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